Gedalva Neres da Paz
Escritora e poeta
*
CORPO INQUIETO
Corpo inquieto
que não se cala
se agonia
ferve em si mesmo
Cala a boca do corpo
abre a boca do corpo
porque diz tanto
e não se ouve
Cala as bocas
da insatisfação
dos medos absolutos
da exibição da sua carência
Corpo que grita no silêncio
ninguém escuta a sua procura
corpo insano
corpo esquisito
de crenças enlouquecidas
Ah! Que corpo desconhecido
que procura desencontrada
do tudo para o nada
curvo ou reto
do bonito ao feio
Corpo sem osso
corpo com muito osso
carne, gordura ou músculo?
Vazio ou cheio
corpo que não tem gente
gente sem corpo
corpo de muita gente
Da língua ao corpo
Língua do corpo que fala
Língua que cala
Língua que lambe
O corpo
Língua que fala a verdade,
Mentira
Que inventa para a sua própria crença
Ilusão ou imaginação
Sustenta no corpo
No ar, no chão
Sonha o que deseja
Deseja o que não sonha
Das verdades falsas
Das fofocas que são suas
Dos outros
Realidade
Verdade
Corpo com língua
Fala
Corpo sem língua
Cala
Cala não fala
Verdades não ditas
Fala do corpo que não conhece
Fala do corpo que quer conhecer
Corpo da língua afiada
Corpo que bebe
Bebe o corpo
Corpo que fuma
E é fumado
Corpo bêbado
Corpo fumado
Corpo que incorpora
Corpo do seu corpo
Corpo do sem corpo
Corpo do corpo.
*
Gedalva Neres da Paz /
Valuza Saraiva
*
CORPO INQUIETO
Corpo inquieto
que não se cala
se agonia
ferve em si mesmo
Cala a boca do corpo
abre a boca do corpo
porque diz tanto
e não se ouve
Cala as bocas
da insatisfação
dos medos absolutos
da exibição da sua carência
Corpo que grita no silêncio
ninguém escuta a sua procura
corpo insano
corpo esquisito
de crenças enlouquecidas
Ah! Que corpo desconhecido
que procura desencontrada
do tudo para o nada
curvo ou reto
do bonito ao feio
Corpo sem osso
corpo com muito osso
carne, gordura ou músculo?
Vazio ou cheio
corpo que não tem gente
gente sem corpo
corpo de muita gente
O que é o amor?
O amor é energia
que toma o meu corpo
me deixa tonta
sei lá o que
O amor é uma força
Enlouquecedora que me deixa grande
que me dá entusiasmo
e me
joga para frente
O amor tem sexo?
O amor tem
endereço?
O amor tem vida,
O amor tem prazer
Prazer que eu encontro no encontro
dos corpos que falam, que gritam
e que nem os pares não escutam, nada
O amor é o silencio da alma, da escuta
da primavera, do por do sol , do mar
da cachoeira , do rio, dos riachos e dos animais
O amor tem a forma do vento
E não tem tempo
O amor sou eu e você, o amor é seu, e meu
Ninguém dá ninguém tira
Pois é só seu, uma vez conhecido
Jamais devolvido, dentro de você despertado
Estará sempre pronto para ser amado.
portanto, ou amo eu, você, homem e mulher, criança ou velho,
gente ou bicho, simplesmente
amo
Você conhece o amor?
Gedalva n. da paz
Menina Bela
Carol
Carolina
Carolaine
Quem é esta menina?
É Mona, é Laila
Que não veio, não nasceu
És Muana, és Bela
Meiga, linda
O encanto da menina que veio
Da bravura à mansidão
Doçura, beleza e sorriso
No canto da boca, rasgou
Menina, sempre moça
Na mulher és Maria Eduarda
Assim como
Isabella se fez
Cintura, elegância
São trejeitos dela
Corpo leve, languido
Sutil, manipulador, sedutor
Menina bela
Feminina
De cabelo trançado, black
Solto ou amarado
Sempre és luz
O seu ser ilumina o teu querer
Olhar profundo, intenso
Guarda segredo
Seu corpo dança no movimento do vento
Esculpe a sombra da tarde
Se energiza com os raios do sol
A brisa maquia seu rosto
O arco colorido dá o tom que preferir
Menina tu és bela, feri e sangra
Malícia, inocência
Forte e fraca o que decidir
Pisa forte, não anda, baila
Menina solta, coragem
Menina, tu és mina
Quando for velha
Será sempre uma menina.
Da língua ao corpo
Língua do corpo que fala
Língua que cala
Língua que lambe
O corpo
Língua que fala a verdade,
Mentira
Que inventa para a sua própria crença
Ilusão ou imaginação
Sustenta no corpo
No ar, no chão
Sonha o que deseja
Deseja o que não sonha
Das verdades falsas
Das fofocas que são suas
Dos outros
Realidade
Verdade
Corpo com língua
Fala
Corpo sem língua
Cala
Cala não fala
Verdades não ditas
Fala do corpo que não conhece
Fala do corpo que quer conhecer
Corpo da língua afiada
Corpo que bebe
Bebe o corpo
Corpo que fuma
E é fumado
Corpo bêbado
Corpo fumado
Corpo que incorpora
Corpo do seu corpo
Corpo do sem corpo
Corpo do corpo.
*
Gedalva Neres da Paz /
Valuza Saraiva
Minibio
Gedalva Neres da Paz:
Salvador, BA. Sou Gedalva Neres da Paz, mulher negra, mãe de três lindos filhos. Amiga e companheira. Terapeuta de Análise Corporal Bioenergética. Presto assessoria e coordenação pedagógica a/o professor/a. Professora Alfabetizadora. Mestre em Desenho Cultura e Interatividade. Especialista em Gestão de Ensino e Psicopedagogia Junguiana. Sou educadora, funcionária pública municipal, levo a sério e não estou de brincadeira. Aprecio a natureza. Tomar banho de mar é o meu bem, minha cura. Sou intensa, autêntica e pago caro por isso, mas tudo bem, contudo, consigo ser EU. Gosto de música, de dançar, passear, comer, receber amigos, festas, escrever poesias e de abraçar sem medo de errar.
O belo encarna na fala,no silêncio ,nos olhos e em tudo que pode transformar...Gedalva vc é bela!!!!bjs
ResponderExcluir��������
ExcluirEstou tão feliz por pessoas que se expressam como queríamos/deveríamos!
ResponderExcluirFeliz por sentir vividamente nossos pensamentos interpretados e projetados como palavras, símbolos, signos de viver.
Parabéns!
Parabéns por se representar nas referências sem absurdos, contudo bem observadas.
Aplausos.
Grata querido!!!
ExcluirComo falar,como traduzir e não degustar de tanta luz,tanto amor,tanta força expressa em palavras que conseguem mexer com sentimentos tão intensos.
ResponderExcluirParabéns por tanto dom!!!!
Parabéns!!! Sucesso e luz!!!! Sua intensidade é um presente para quem pôde e pode vivênciar/ compartilhar.
ResponderExcluirGrata querida ��
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiradmiro muito pessoas que conseguem se expressar com tanta profundidade , tua intensidade em cada verso teu me encantou , parabéns pelo seu trabalho !!!
ResponderExcluirGrata querida!!!
Excluir